Líder quilombola com uma cruz com nomes de importantes ancestrais fonte:http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/07/358857.shtml?comment=on
Por mais que a civilização queira apagar da História
os vestígios dos povos ancestrais
a natureza guardar no seu leito reminiscências
que não se apagam com o tempo.
Na memória dos mais velhos
a história oral contada por gerações
o jongo, congo a capoeira
Formas de resistências a dominação (escravidão)
e modelos de organizações coletivas
A vida como prioridade.
A casa de farinha garante a sobrevivência
O tronco como testemunha dos castigos
O porto, as pedras pisadas do cais, cicatrizes das
Atrocidades cometidas em nome da “Civilização”.
Ao derrubar o eucaliptal, de um antigo cemitério
eu vi ressurgirem de seus túmulos
guerreiros e guerreiras africanos,
e no ritmo do tambor contara m
pros descendentes tudo que aconteceu.
Os antepassados contaram sobre o quilombo
e a luta de resistência, e que nem sempre foi assim,
e se nem sempre foi assim, juntos podemos mudar.
Era dia de Santa Marta, e num momento de alegria
abriu-se uma grande roda e os povos excluídos,
índios, negros e brancos, juntos puderam dançar.
Evocaram São Benedito,
valei-me Nossa Senhora Penha ,
e Zumbi Rei dos Palmares
e de um ritual de morte,
vi ressurgir a vida,
agora renovados,
a luta pela terra vamos continuar....
Wilson Jr.
Linharinho, 29 de julho de 2006