quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Navio Negreiro

http://br.youtube.com/watch?v=gyuT-x6a6W8

Com imagens do filme Amistad, realizado por Steven Spielberg. Escute Tragédia no mar (ou O navio negreiro) de Castro Alves, na voz de Paulo Autran.O poeta Castro Alves escreveu O navio negreiro aos 22 anos, em 1869. A lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravos, fora promulgada quase vinte anos antes. Cada parte do poema tem métrica própria, de maneira que o ritmo de cada estrofe retrata a situação apresentada nela.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Meninos soltam pipas

Portinari. Meninos Soltando Papagaios 1947, óleo sobre madeira, 60 X 73
Sob o crepúsculo da tarde
Meninos soltam pipas.

Raia, Pandorga
Papagaio ou pião
Depende da tradição.

Armação de madeira ou bambu
Levemente curvado pelo fio amarrado.

Vários formatos e cores
De papel ou plástico.

A rabiola é o leme
Do Oriente ao Ocidente.

Depois da feitura
A medição do cabresto
Feito com exatidão
Garante um vôo perfeito.

Num terreno apropriado
Com a ajuda da natureza,
Pois sem vento
Não tem pipa.

Na ponta da linha a pipa voa
Percorre distância,
Ganha altura.

No vôo da pipa o menino sonha
Como sonhou um dia
Seus entes-passados.

O sonho de Ícaro
A gênesis do avião,
Passaro alado
Um sonho de liberdade.


Wilson Jr

07/10/2008

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Sala de Aula

Espaço de ação desenrolar das
contradições entre os saberes.

De um lado o saber científico
Sistematicamente organizado.

Do outro o saber popular
vivido e falado.

Professores alunos
Alunos professores.

Passado e futuro
Presente!

Espaço de significação
Criatividade, Compromisso
e liberdade.

A fala que se impõem
como idéia universal,
verdade absoluta.

Idéias velhas reproduzidas
Com-for-ma-das.

Ou o debater, a troca,
a socialização do saber,
o construir coletivamente
novas sínteses, revolucionar.


Wilson Jr
22/09/08

domingo, 29 de junho de 2008

Eu só


Quando estou só,
e mergulho no meu eu,
procurando soluções
para os problemas que me afligem.

Sinto-me:
Sozinho
Vazio
Incapacitado
Inútil.

Wilson Jr.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

“As borboletas estão voando...”.


Dos restos mortais dos seres vivos
seja planta, ou seja bicho, brota
a cada minuto, a vida se renova.

No sub solo, formigas, minhocas e fungos,
revirando, remoendo,
revivificam a matéria morta.

A beleza em sua plenitude flores,
cores tranqüilas, brilhantes
outras fortes e ofuscante,
tamanhos e formas diversos
formam mosaicos coloridos.

Compondo o cenário ao fundo,
a tarde o verde encarnado
hora o branco do orvalho
na grama ao amanhecer.

Ao dia o sol escaldante,
com seus raios ultra - violetas,
no entardecer penumbra,
na negra noite a lua e as estrelas
compõem novos cenários.

Joaninhas, grilos e pássaros
com seus sons en-cantam
harmonicamente o fundo musical.

As lagartas que já foram ovos,
Alimentando -se das folhas
transformam – se em casulos que depois
de maduro explodem borboletas.

Com beleza e desenvoltura
e antenas rectilíneas
como se matizassem fantasias
compõem um balé magistral.

“...A dança[...] das borboletas...”.

Wilson Jr
01/04/o8

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Filhos da mãe natureza

Povos originários, filhos da mãe natureza, (Índios) Tupinikin, Guarani, parte da diversidade da vida no planeta.
Escravizados, massacrados, discriminados, expulsos da terra e mantidos em cativeiros pela Pátria Amada.
Ó mãe natureza. Os filhos da pátria que te renegam, se transformaram em vírus. Poluem os rios, exploram ao máximo teus recursos, buscam a perfeição e a supremacia das raças e das espécies na forma geometricamente perfeita da plantação de eucalipto e das sementes geneticamente modificadas (OGMS).
A diversidade está ameaçada. Mas a vida brota, do limo, do lixo, do esgoto, da lama... Mas teus filhos primogênitos resistem, saem do cativeiro do Deserto Verde. Unem os parentes Guaranis, Tupinikins, mulheres, homens e crianças. Guerreiros(as), Caciques, Pajés e Xamãs pintam-se, cantam e dançam. E colocam-se em marcha na sua defesa.
Mesmo modificada, quase sem vida, agonizante, te reconhecem, tentam curar tuas feridas, tua febre com ungüentos, e alertam aos filhos da Pátria de que nossas vidas correm perigo!
Wilson Jr.
Nov. 2003

sábado, 26 de janeiro de 2008

Além mar



Indígenas feridos pela PF em Aracruz/ES
Quinhentos e seis anos da invasão
portuguesa às terras além mar.

Descobriram o que todos já sabiam!
A terra era mãe de todos e tudo
que nela existia.

Dividiram as terras e ergueram
cercas no ventre de sua mãe.
De tua casa fostes expulso.

Vos convenceram a trocar
Especiarias por bugigangas.

Índios por que?
Aqui não é a Índia.

Povos Originários:

Por andarem nus e adorarem
a natureza, cortaram suas cabeças.

Por não querer alienar
o seu trabalho e receberem ordens,
cortaram suas mãos.

Guerras de conquistas ou
operações de guerras.

Espadas
ou balas de borrachas.

Bandeirantes
ou Policia Federal

Naus
ou Agrobiness.

Pau Brasil, cana de açúcar

ou commodities

Catequistas
ou Deus capital.

Projeto dos portugueses
ou da Pátria Amada.

Coisas do passado
ou realidade?

Wilson Jr.

janeiro de 2006



Fotos dos indígenas feridos pela PF em Aracruz/ES - Por ligia 23/01/2006 às 15:28 fonte:http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/01/343541.shtml

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Devemos admitir


Que na luta pela transformação
também somos transformados.

Muitas vezes nos tornamos
Indivíduos únicos,
portadores da verdade,
arrogantes e prepotentes.

Perfeitos, imóveis, inertes Estátuas!
questionamento, não admito!!!

Para o novo não nascer velho,
devemos questionar tudo:
o preço do pão,
às normas estabelecidas;
concepções de mundo,
às nossas certezas.

Jogar palavras, oxigenar
Ouvir, falar, dialogar.

Objetivos coletivos
avaliações coletivas.

Exercitar crítica e autocrítica,
destruir construindo
gerar nova síntese,
novos ciclos,
possibilidades.

por fim questionarmos a nós mesmos,
inaugurar novas praticas.

Wilson Jr.
12/2005

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Reflexo

O EU se viu no espelho,
O reflexo repetiu fielmente
os movimentos.

Ao olhar para o reflexo
O refletindo pode reavaliar
se reafirmar no todo, ou em parte.

Histórias refletidas
pode ser incorporadas, ou não.



Ao contrario só nos contos de fadas,
quando o aço do espelho assume
sua face prateada. Ganha formas,
tem idéias, memórias, faz planos.

Acha que é vida
mais é puro reflexo.

Wilson Jr.
Jan/2006
(foto estraída do blog: http://outofafrica.blogs.sapo.pt/ autor não referido)

Milagre da Vida

Corpos se atraem quimicamente
seres humanos experimentam
a plenitude da vida, orgasmo.

Numa luta incessante ,espermatozóides
disputam uma maratona de morte para encontrar o óvulo.

Na natureza é assim morre-se
para perpetuar a vida.

Num momento fecundo,
funde-se gametas, vidas, concepção.

O ventre se avoluma pleno de vida
o corpo vai mudando pulsando
metamorfoseando-se como um casulo.

A vida vai ganhado formas depois
de um tempo de gestação
o novo ganha vida numa explosão
de choro.


Wilson Jr.
Fev/2006




(foto extraída, do livro “ O que é psicologia Pré-Natal” de Joanna Wilheim).

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Indagações e incertezas

Bem vindos ao tempo das incertezas
do aparente triunfo do individualismo cidadão.

O tempo da Cidadania chegou
remodelada é claro: sufrágio universal;
Voto eletrônico. Mas bem parecida
com a sua origem na Grécia onde
uma pequena parcela da população
decidi o futuro da Humanidade.

O próprio estado organiza a sociedade
civil, bem vindo aos Orçamentos Participativos
Onde empresa privadas organizam o miss scene.

Movimento pela Paz nas cidades,
mortes nos morros.

A pequena burguesia faz passeata
pelos aviões nosso de cada dia.

Cada um com seu cada um, todos fazendo
a sua parte.

Política de austeridade fiscal,
para desevolver sustentavelmente quem?

Todos ecologicamente corretos:
comidas naturalista,
papeis reciclados,
copos de vidros,
lixo seco separado do molhado,
banho de 15 minutos.

Estrelas que naturalmente morreria na terra,
São levadas de volta pra morrer no mar.

Caranguejos e tartarugas estão
Preservados e os caiçaras?

Todos querendo apagar incêndios
com suas gotas de água.

E a classe?

Wilson Jr.
11/08/2007

Desconversar

Converso sobre tudo
política, esporte e até religião.
Mas quando o assunto é amor, paixão atração.

Desconverso,
não tem lógica,
medida, pudor ou razão.

Wilson Jr
Rev. Jan/2006

Meias verdades

Pra criar sociabilidade
Vivemos de meias verdades.

Isso quer dizer que não
queremos dizer o que dizemos.

E que nem tudo que ouvimos
tem que ser entendido ao pé da letra.

Nos relacionamos formalmente
o tempo todo; na verdade quando
conhecemos alguém, e formamos uma opinião,
o que avaliamos é uma representação.

Mas em algumas situações conseguimos
nos libertar, e nos relacionarmos por alguns
instantes com o que somos na realidade.

E nestes, momentos podemos experimentar
Mesmo que por alguns segundos o prazer da liberdade.

Outro convite é sorrir, de que?
De bobeiras, exercitar os músculos da face,
rir até doer o abdome e depois, relaxar .

Nus desnudar das armaduras
que usamos pra sobreviver neste mundo cão.


Wilson Jr
Jan/2006

Ironias

O homem produz e reproduz a vida coletivamente, e os donos do meios de produção se apropriam privadamente. O Eucaliptal se alastra como uma das dez
 pragas do Egito, destruindo tudo e todos aos seu redor . A justiça de olhos vedados não vê os povos originários transformados, em sem teto, sem terra, favelados. O Estado, que é o resultado de abrimos mão da nossa liberdade individual em favor do bem comum, defende o privado. Wilson Jr 31/05/05

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Reminiscências

Sentado a beira do cais,
tendo o rio como testemunha
ouço gritos
de dor
de lamento
e resistências.


Navios negreiros
Atracam,
Negros
Índios
Açúcar
Mercadorias.

O barulho alto não me deixa
decifrar o que as pedras me falam.

Modelo de construções
pelourinho, grilhões
pedras marcadas como cicatrizes,
teatro de horrores.

Ouço tambores de congo,
Berimbau com som de plástico, casacas
guerreiros(as), dançam.

Tenda armada
Todos reunidos:
Impossível não Lembrar da resistência,
Lutando contra a opressão
Clamando por justiça
Acreditando que um outro mundo é possível...

Wilson Jr.
São Mateus, Julho de 2005.

Avaliação

Conhecimento
Procurar respostas,
Paciência.

Processo lento,
Sem tempo.
Movimento!

Conhecimento
Coletivo,
Não linear,
Ida volta
Circular...

Conhecimento ouvir...
Ouvir... Ouvir...
Refletir ... refletir...

Viver
Pulsar
Despertar.


Wilson Jr.
Rev. Jan/2006

Relativo

Quando estou longe de você, os segundos são minutos.
Minutos são horas, meus dias se transformam em anos.
Há décadas que não te vejo.

Wilson Jr.
09/2006

Descobri que a poesia não é vazia

A poesia não é vazia.
É conhecimento, sentimentos,
paixão, emoção movimento.

Quando escrevo uma poesia,
sinto um arrepio no corpo,
como se parte de mim
fluísse para o papel.

Wilson Jr.
Rev. Jan/2006

Saudade


Uma vontade, de falar, de estar
Um vazio, uma ausência, um parar do tempo.

Letargia, uma preguiça, sem sono,
Sem dono, sem culpa, sem medida.

Uma falta, um desejo: de ver, de tocar,
Um roçar na pele mesmo que imperceptível.

Uma palavra, um afago,
Um calor só de ouvir a voz,
Inexplicável, insubstituível,
Imensuravelmente saudade...


Wilson Jr
03/12/2006

Não és culpada vitima que és


Não és culpada vitima que és II
 
É difícil romper com a dominação as quais
nossa classe é submetida há séculos.
Na espinha dorsal o peso da batalha:
bolsas, responsabilidades,
pais, filhos, maridos, modelos de relações,
autocobranças, perfeições.

Culpas, na verdade não sabes de que.

Não és culpada vitima que és:
Do patriarcado
Da intolerância
Da violência
Da ma distribuição de renda.

Do capitalismo e sua divisão social do trabalho
que uniformiza as formas disformes dos corpos das mulheres.

Mas, carregam em seus corpos,
Aparente (Mentes),
(Ventres) frágeis.

A história da luta
Os sinais de resistências
A beleza da vida
A possibilidade do novo.

Wilson Jr.

21/02/2007

É Preciso Prosseguir


A batalha foi dura, perdemos muitos soldados,
os que sobraram estão feridos.

O inimigo parece cada vez mais imbatível
Aumentam as contradições.

È momento de resistência
O recuo se faz necessário.

É preciso avaliar nossa estratégia,
resgatar nossas bandeiras,
garantir nossas trincheiras.

Curar nossas feridas
recrutar novos soldados
recompor a tropa.

As cicatrizes vão ficar,
não se apagam com o tempo,
mas a guerra continua, é
preciso prosseguir.


Wilson Jr.
18/08/07

Confusão

Pensamentos invadem a mente
fantasmas de situações mal resolvidas.

O que será essa dor que da no peito
que dilacera a alma feito lança.

As carícias não feitas,
os beijos inconclusos,
a vontade contida,
a palavra presa na garganta.

Confusão...

Wilson Jr
Jan/2006

Sobre a arte das bruxas

Portadoras dos segredos da
natureza, alquimistas da vida.

De tempo em tempo
mal interpretadas
perseguidas
são queimadas.

Mas resistem....

Olhos penetram, no cerne do ser,
conhecem como ninguém nossos
segredos, desejos e medos.

No caldeirão porções curativas:
Ervas, minerais, cristais;
harmonia,
equilíbrio,
energia, fé e esperança.

Com suas vassouras de ervas,
faxinam o universo corpos e almas.

Colo de mãe, harmonizam
nossos chacras, amamentam,
aconchegam, acalentam nossa alma.


Para: Peinha, e todas(os), as Bruxas e Bruxos
que lutam pelo equilíbrio do Universo.

Wilson Jr.

Encontro Ancestrais

Líder quilombola com uma cruz com nomes de importantes ancestrais
fonte:http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/07/358857.shtml?comment=on

Por mais que a civilização queira apagar da História
os vestígios dos povos ancestrais
a natureza guardar no seu leito reminiscências
que não se apagam com o tempo.

Na memória dos mais velhos
a história oral contada por gerações
o jongo, congo a capoeira
Formas de resistências a dominação (escravidão)
e modelos de organizações coletivas
A vida como prioridade.

A casa de farinha garante a sobrevivência
O tronco como testemunha dos castigos
O porto, as pedras pisadas do cais, cicatrizes das
Atrocidades cometidas em nome da “Civilização”.

Ao derrubar o eucaliptal, de um antigo cemitério
eu vi ressurgirem de seus túmulos
guerreiros e guerreiras africanos,
e no ritmo do tambor contara m
pros descendentes tudo que aconteceu.

Os antepassados contaram sobre o quilombo
e a luta de resistência, e que nem sempre foi assim,
e se nem sempre foi assim, juntos podemos mudar.

Era dia de Santa Marta, e num momento de alegria
abriu-se uma grande roda e os povos excluídos,
índios, negros e brancos, juntos puderam dançar.

Evocaram São Benedito,
valei-me Nossa Senhora Penha ,
e Zumbi Rei dos Palmares
e de um ritual de morte,
vi ressurgir a vida,
agora renovados,
a luta pela terra vamos continuar....


Wilson Jr.
Linharinho, 29 de julho de 2006

Moinhos de Vento


Espantalho figura inerte, efêmero
aparentemente solitário,
mas sozinho vive o espantalho?

Nem espantalho vive só,
Recebe carinho e afago,
e se pode está só mesmo
acompanhado.

Momentos sozinhos são necessários,
Mas não devemos cultivar a solidão.

Ao olharmos o mundo
com os olhos da solidão
transformamos moinhos de vento
em Dragões.

E nem o errante Dom Quixote
cavalheiro da triste figura,
ousou enfrentar sozinho suas loucuras.

Mas você não está só,
Ultimamente
Mentalmente
Especialmente
Metafisicamente
Metaforicamente
Estou com você.


Wilson Jr.
12/ 2005