quarta-feira, 7 de julho de 2010

O Olhar da Rua


Nas palafitas barracos e becos
O estado é só repressão.

O destino é o medo calado
Ou violência, assassinatos, prisão.

Nos meios de comunicação
Uma só versão
Tem a pré - tensão
De ser “a verdade”.

De repente, ou melhor
Da necessidade
De questionar a realidade.

Surge um novo olhar
Que rompendo a caverna do destino
Decifra as sombras do inimigo.

Revelando ao povo sua origem
E de onde vem a opressão

De repente um Grito,

Basta!

Descobre na comunidade
A possibilidade de organizar-se.

E vivenciam que permanecendo juntos
O grito sai mais alto mais forte.

Basta!

Agora fortalecidos
Libertos da miopia
Da verdade imposta.

O olhar da rua
Vislumbra um novo
Que estava ali
Até então imperceptível.

E o grito antes coadjuvante, contido
Agora ecoa na condição de sujeito histórico
Nos lugares mais longínquos
Onde antes se julgava impossível.

E nasce à possibilidade real
De romper a roda do destino.

E os meninos e meninas
Que brincavam ali entregue a própria sorte.

Viram, artistas, repórteres.
Pra contar e reescrever sua história.

(Homenagem aos integrantes do Grupo Olho da Rua)

Wilson Jr.
07/06/2010