terça-feira, 30 de junho de 2015

Caititu, Cruz credo, que bicho é esse aleluia, saravá

Era um bicho do mato, que vivia plenamente   
produzindo e reproduzindo a vida coletivamente. 

Hoje vivi ser humano, aprisionado na selva de pedra 
Por ele construído pra ser alimento e abrigo. 

Ao levantarem as cercas não se deu conta do perigo, 
do fruto do seu trabalho foi expropriado (roubado). 

Depois de um tempo, naturalizou-se solitário 
Achado que tudo podia, senhor do seu próprio destino. 

Agora vive intimidado, acuado, cabisbaixo  
procurando no fundo do seu eu 
alguém ou algo que possa justificar  sua existência. 

Cruz credo, Aleluia, Saravá 
Sinto muito meu amigo não adiantam apelar 

Sozinho não é possível enfrentar o capitalismo
e seu modelo civilizatório. 

Com seus esqueletos nos borrões  
Sua fé empacotada 
Sua moral patriarcal 
Sua propriedade privada 
  
Em suas veias, correm  rios pastosos envenenados de lixo e agrotóxico 

 Sua alma cheira a sangue de negros e índios,
 homens, mulheres,  jovens, pobres favelados. 

É preciso se emanar 
Se reconhecer no outro 
Agrupar -se 
entrincheirar-se 
Coletivizar -se  
Caitituzar-se

26 de junho de 2015

Wilson Jr

2 comentários:

Patricia Romanha Morello disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patricia Romanha Morello disse...

Concordo plenamente!!!!
Grandioso poeta!
Abraços amigo.